terça-feira, 4 de agosto de 2015

Paraíso




PARAÍSO



Deixa ficar comigo a madrugada,

para que a luz do Sol me não constranja.

Numa taça de sombra estilhaçada,

deita sumo de lua e de laranja.



Arranja uma pianola, um disco, um posto,

onde eu ouça o estertor de uma gaivota...

Crepite, em derredor, o mar de Agosto...

E o outro cheiro, o teu, à minha volta!



Depois, podes partir. Só te aconselho

que acendas, para tudo ser perfeito,

à cabeceira a luz do teu joelho,

entre os lençóis o lume do teu peito...



Podes partir. De nada mais preciso

para a minha ilusão do Paraíso.

(In: "Infinito Pessoal" de David Mourão-Ferreira)
 

6 comentários:

  1. Que tem na alma a visão do paraíso de nada mais necessita.
    Uma poema magnifico
    Beijos e uma linda noite de paz

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  2. Ese Faro es bello , deseo ilumine este Comentario a tu blog y sea el comienzo de una nueva amistad.

    manolo

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  3. ¡Ah! Se me olvidaba.
    Vengo del Blog de Ester (Autodidacta), donde nos dan tu dirección.

    manolo

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  4. Um poema bem ao estilo de Mourão-Ferreira! Gostei muito. Tétis!

    Numa taça de sombra, deita sumo de Lua e de laranja... Adorei, isto!

    Beijinhos.

    Janita

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  5. Hola amiga Tétis
    Lindo poema!

    "El paraiso para mi es una familia feliz."

    bisous mon amie.

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